É realmente incrível a capacidade que o brasileiro, de uma forma em geral, tem de se superar no quesito hipocrisia. As evidências são mais do que claras de que as coisas não vão indo nada de acordo com aquilo que é o certo, o verdadeiro ou o melhor, mas, mesmo assim, o brasileiro teima em se autoenganar e a cometer velhos erros esperando resultados diferentes.

Falo isso porque, em que pese convenção partidária não eleja ninguém, ainda mais quando se obriga alguém ou se paga para que alguém vá, o que se viu ontem durante a milionária convenção do PL foi mais uma bofetada na inteligência  da população portossegurense pensante.

ENGANANDO QUEM?

Ao custo estimado em torno de R$ 1 milhão de reais – quando um prefeito, pelo menos oficialmente,  recebe no máximo esse valor em 4 anos de mandato – tenta-se passar ao eleitor ingênuo ou desavisado a sensação de normalidade, que está tudo certo, e que o público presente ao evento representa realmente o sentimento de uma cidade que viveu um verdadeiro festival de promiscuidades administrativas nos últimos 3 anos e meio, mas que, agora sim, em plena campanha eleitoral, bancada com dinheiro de empréstimos milionários, Porto Seguro tem um prefeito presente, sorridente, amigo de todos e um exemplo de gestor público. Até evangélico o homem virou.

Talvez a estratégia seja contar e insistir numa mentira até que ela se torne uma verdade. Só não se sabe se mais de 20.000 eleitores – diferença que separa hoje o gestor da primeira colocada para poder disputar de igual para igual, segundo as pesquisas idôneas   – vão acreditar que o pau que nasceu torto virou  um príncipe nos últimos dias.