Acredito que seria no mínimo leviandade e insensatez da nossa parte não reconhecer a beleza e a utilidade de obras como a reforma da Passarela, as rotatórias, o Centro de Lazer Mamagaya e a Tarifa dos Pescadores, o que já fizemos em postagens anteriores. São obras que realmente atendem aos desejos da população e dos turistas. Porto Seguro merecia algo assim há muito tempo.
Mas, para que ninguém seja enganado diante da tentativa de estelionato eleitoral que vem sendo praticada pela atual administração, existem alguns poréns que devem ser levados em consideração e ao conhecimento público.
RECURSOS PRÓPRIOS?
Não é e nunca foi verdade que alguma delas tenha sido realizada com recursos próprios. Muito pelo contrário, para tanto o município encontra-se endividado em algo em torno de 300 milhões de reais – dos 700 milhões pretendidos – a serem pagos ao longo de 15 ou 20 anos. Os valores exatos não se sabe porque a administração simplesmente não revela. Ponto.
A Passarela, as rotatórias e o Mamagaya, por exemplo, são frutos de um empréstimo contraído junto a Caixa Econômica Federal, na ordem de aproximados 100 milhões de reais, além de outros empréstimos contraídos de bancos privados.
Já a Tarifa dos Pescadores foi uma emenda parlamentar destinada, salvo engano, pelo deputado federal Jonga Bacelar. E não precisa nem desenhar ao leitor inteligente e esclarecido como, geralmente, se dão as destinações das tais emendas, quanto realmente vem, quanto – dizem – volta, e quanto de fato são empregados na obra. Aqui, lamentavelmente, é apenas um pequeno retrato do que acontece em Brasília e Brasil afora.
ENDIVIDADA ATÉ A ALMA
Pelo sim, pelo não, a grande verdade é que Porto Seguro, após a prefeitura ter sido recebida com aproximadamente 30 milhões de reais em caixa – e sem dívidas – hoje é uma cidade altamente endividada e trabalhando no limite da sua irresponsabilidade fiscal. Isso é fato e não se discute.
Nunca em sua história algo semelhante aconteceu. E a conta com certeza logo vai chegar, com o previsível colapso das contas públicas ou no mínimo a impossibilidade de se fazer novos investimentos, sobretudo destinados aos bairros mais carentes e que mais precisam e dependem do poder público municipal. Sem falar nos servidores públicos, que terão seus salários congelados por longos anos. Quem entende o mínimo de gestão pública haverá de concordar com essas previsões.
POSANDO DE RICO
Voltamos a repetir: a situação é tão esdrúxula e preocupante – ao menos para quem tem consciência e amor pela cidade – que pode-se fazer analogia, por exemplo, com um sujeito arrogante e mentiroso, que está quase quebrado, mas que usa do limite do seu cheque especial para dar entrada numa BMW, divide o saldo a pagar em 60 vezes, e ainda sai pela cidade posando como novo rico e galanteando todas as mulheres que encontra pela frente. Até o dia que a Justiça determine a busca e apreensão do automóvel.Infelizmente quase mais ou menos isso que estamos vivenciando. Mas quem quiser fazer o papel de piriguete que faça e que se iluda à vontade.
Infelizmente, é quase mais ou menos isso que estamos vivenciando. Mas quem quiser fazer o papel de piriguete que o faça e que se iluda à vontade.