Todos nesta cidade conhecem perfeitamente minha posição em relação à atual administração. Não tenho absolutamente nada para esconder ou dissimular. Não sem muitos motivos, não aprovo e não aprovo mesmo, tenho minha opinião bastante formada sobre o assunto, baseado em números e numa realidade assustadora, e com certeza não irei mudar minha visão. Ainda mais com narrativas distorcidas e fantasiosas. Ponto.

Mas existem, é claro, raras exceções. E uma delas é sobre a importância e a necesidade da volta do Zona Azul, em que pese eu não conheça os pontos do acordo firmado entre a prefeitura e a empresa que irá explorar o serviço pelos próximos 10 anos. Sim, serão nada menos do que 120 meses de exploração inicial, sujeita à renovação por igual período, salvo engano.

SERÁ QUE AÍ TEM?

Porém, conhecendo bem o estilo da atual administração de governar, é quase certo que no puro amor e na livre concorrência a concessão não se dará. Esqueçam isso. Esta possibilidade de lisura e transparência na Zona Azul só mesmo na cabeça de algum puxa-saco, eleitor iludido ou alguém pendurado na folha de pagamento. Como dizem, não existe almoço grátis!

Mas isso são outros quinhentos – quantos quinhentos serão mesmo, caro leitor ? – e por óbvio compete ao Ministério Público investigar e decifrar o possível mistério, já que desta Câmara, tanto a atual como a próxima, não se pode esperar nada de muito sério em defesa do cidadão, exceto um ou dois edis. E olhe lá!

NÃO TEM GOSTAR OU NÃO

Só que, percebam, no caso da Zona Azul não tem muito o que se gostar ou não aprovar. Ela é absolutamente necessária, imprescindível e essencial para o fluxo do trânsito e a mobilidade urbana em Porto Seguro. Quem não gostou, é simples, muda de cidade, anda de alternativo, de ônibus ou compra uma bicicleta. Não existem outras opções. Fazer o quê?

Acredito que somente de carros emplacados em nossa cidade, o Detran contabiliza atualmente perto dos 90.000 automóveis, sem contar o fluxo de ônibus, locadoras e carros particulares de turistas. Não existe nenhuma cidade no Brasil, a exemplo de capitais como Salvador, Vitória, Belo Horizonte ou outra qualquer, onde as áreas de estacionamentos são muito maiores, e onde um trabalhador ou comerciante se dirija para o centro da cidade e que se permita que um veículo fique 8 horas ou mais estacionado ocupando uma vaga. Isso só acontece atualmente por aqui.

Em outras cidades, quem quer trabalhar no centro e deixar seu carro próximo, ou paga a Zona Azul ou paga um estacionamento particular. Não tem mi mi mi, chororô ou esperneio que dê jeito. É claro que a medida não vai agradar a todos, mas existe outra fórmula? Ora, mas quem não pode gastar 50 ou 60 reais por semana para desfrutar dessa comodidade, paciência! A cidade e o comércio não podem parar para atender àqueles que discordam. Ou não?

A DEMOCRATIZAÇÃO DAS ÁREAS PÚBLICAS

O que não se pode tolerar e não nos parece nada razoável, é que milhares de motoristas, muitos idosos, doentes ou com crianças, além de turistas, acostumados a este tipo de cobrança, sejam privados de acessar a área central de uma cidade como a nossa, simplesmente porque não existe mais vagas para estacionar em Porto Seguro.

Pagar para estacionar, no nosso caso, por mais incrível que pareça, hoje é democratizar os espaço públicos. Mas para que haja realmente democracia no trânsito, entendo que primeiro deve-se acabar com muitas “vagas privativas”, inclusive proibidas pelo Código Nacional de Trânsito, que qualquer eleitor que se diz “amigo” do atual prefeito ou de algum vereador, se acha no direito de instituir ao seu bel prazer na porta da sua residência ou estabelecimento comercial, para somente depois instituir a cobrança.

Some-se a isso as vagas para carga e descarga e, pior, as tais revendedoras de veículos, situadas próximo à Praça ACM, que colocam dezenas de automóveis em exposição, ou seja, um desserviço à comunidade que somente uma administração sem noção permite.

Então, meus amigos, convenhamos, no nosso caso, infelizmente não tem querer ou não querer. Ou volta a Zona Azul ou não teremos engenharia de trânsito neste mundo que melhore o tráfego e o estacionamento de veículos em nossa cidade.

Ah, e antes que eu me esqueça, não adianta derrubar árvores, não!

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