Juro que eu tentei me manter afastado. Quem é meu amigo e me conhece sabe bem da minha posição. Mas vou contar agora o porquê de ter ficado afastado tanto tempo do jornalismo e das redes sociais. Quem tiver o mínimo de bom senso certamente me dará razão.
No início da atual administração, já no primeiro mês, na condição de advogado, quando o atual gestor decretou “estado de calamidade pública” e “estado de calamidade administrativa”, evidentemente para fugir dos processos licitatórios, fui contratado por uma empresa para denunciar o direcionamento de um contrato para fornecimento de combustíveis, lembram?
A fraude era tão grande e escancarada que antes mesmo da carta convite ser elaborada pela prefeitura, já dispúnhamos de imagens da frota do município abastecendo num determinado posto, casualmente o posto que forneceu gasolina para o grupo político vencedor na última eleição.
Nesse sentido, protocolei denuncia por mim assinada junto ao Ministério Público Estadual, tendo sido informado posteriormente pela representante do mesmo que, sim, de fato, teria havido direcionamento, todavia, por envolver recursos federais, tal denúncia foi encaminhada ao Ministério Público Federal.
O que houve com a denúncia e se ela foi apurada, até hoje não se teve mais notícia.
A MINHA CONDENAÇÃO E A PERSEGUIÇÃO À PROMOTORA
Mas acredite quem quiser. Sabem o que aconteceu? Eu fui processado pelo prefeito e condenado por um magistrado a pagar-lhe R$ 5.000,00 de danos morais – e olhem que a publicação que fiz, através do site do Instituto Vigia Porto, só relatava o fato, sem nenhuma ofensa pessoal ao gestor.
Por outro lado, para ver-se de livre da fiscalização da promotoria, nosso ilustre e ilibado gestor tratou de levantar a suspeição da promotora junto ao Conselho Nacional do Ministério Público, tentando desqualificar e macular uma profissional extremamente correta e atuante e que nunca deu colher de chá para ilícitos cometidos por prefeitos, a qual ficou impedida de fiscalizar o prefeito por 3 anos.
E assim, com duas pessoas atuantes contra a corrupção desestimuladas e fora do páreo, pavimentou-se o caminho para se chegar ao mar de lama que hoje está sendo investigado pela Corregedoria. Entenderam como as coisas se deram?
Pergunto: pode-se se levar a sério decisões deste tipo?
DE VOLTA COM FORÇA TOTAL
Pois bem. Eu quero dizer que para mim chega. Agora peguei ar. Não sou político, não sou justiceiro e tampouco quero bancar o herói, mas comunico a todos os leitores e amigos que resolvi voltar à escrita e aos meus programas de rádio, agora acrescidos pelos vídeos e possivelmente um podcast a serem publicados nas redes sociais cuja atividade pretendo conciliar com a advocacia extrajudicial que escolhi para trabalhar.
Ou seja, eu não dependo e nem haverei de depender de nenhum político ou grupo político, o que não significa dizer que não terei lado ou preferência política que se identifique o mais próximo possível da minha maneira de pensar e agir. Mas sem submissão ou dependência.
Só espero daqui para a frente ser bem mais prudente e agir com a responsabilidade e a isenção que a boa comunicação requer. Com respeito a todos e possibilitando o contraditório às partes envolvidas, mas jamais com medo ou covardia. Conto com o apoio de todos. Cargo ou dinheiro de prefeitura não nos compra não!
Ah, tem mais: o que existir contra a minha pessoa, podem divulgar à vontade. Só não aceitarei acusações levianas. Isso se, é claro, existir algo que desabone minha conduta em meus 40 anos nessa cidade. Afinal, guerra é guerra!