E quando eu digo que o sentimento da população contra o prefeito Jânio Natal é algo talvez nunca antes observado em nossa recente história política, é por que, tirando aqueles que estão na folha de pagamento e aqueles que não conseguem fazer uma leitura mais apurada do cenário político real, por onde se anda e com quem se fala, a resposta é praticamente unânime, sobretudo nos bairros mais populares. Jânio não!
Quem disser ao contrário, com certeza está mentindo. Pelo menos, de cada 10 que a gente conversa, 7 ou 8 são contra.
A PESQUISA QUE NÃO ME ENGANA
Só para que se tenha uma ideia – e eu sempre faço isso com as pessoas mais simples que encontro – anteontem entrei num restaurante para almoçar. Cheguei tarde, por volta das 15:30h, e seis pessoas, entre cozinheiras e garçons, almoçavam em seu intervalo de descanso.
Perguntei quem ganhava e em quem eles votariam, as seis me responderam que todas – eu disse todas – votarão em Cláudia Oliveira e que ela ganharia, e que seus vizinhos pensavam e votavam do mesmo jeito. Todas pessoas simples, trabalhadoras e que possivelmente moram no complexo Baianão. Pode ter sido uma causualidade? Pode.
A FORÇA DA MULHER
Mas hoje repeti a dose. Conversei com quatro caixas, todas mulheres, de um supermercado localizado na orla Norte. As quatro me responderam praticamente a mesma coisa. Chegou uma senhora consumidora e, brincando, lhe dirige a mesma pergunta. Ao que ela respondeu “não gosto de política, mas acho que quem vai ganhar é uma mulher, e eu vou votar nela”. Nem precisa dizer quem, né?
Saio do supermercado e entro numa farmácia ao lado. Uma caixa e três vendedores. A mesma pergunta e as mesmas respostas. Todos afirmaram absolutamente a mesma coisa, votarão em Cláudia. Só nesses dois últimos lugares foram 8 votos declarados. Pode ter sido coincidência? Claro que pode, mas aconteceu.
O RANÇO GENERALIZADO
Parece, como bem me disse hoje à tarde um dos mais conceituados advogados da cidade, que a população – tô falando a população de um modo em geral, o que não se confunde com os puxa-sacos – tomou verdadeiro ranço.
Se não, o que dizer de um prefeito que posa de evangélico em época de eleição sem ter nada de evangélico? De um prefeito que aparece sorrindo como seu sorriso fosse natural? De um gestor que gosta de postar imagens onde aparece dançando, como se a cidade estivesse as mil maravilhas?
E, o pior, de um prefeito que gosta de ficar mandando um “beijoooo” que o trabalhador assalariado sabe que é falso de que não faz a mínima questão de receber?
O BEIJO FATAL
O povo pobre precisa é de escola decente, postos de saúde funcionando, creches com boa alimentação para seus filhos, ruas limpas e pavimentadas, transporte público eficiente e uma prefeitura que atenda o cidadão de forma rápida e igual para todos.
Fica a lição. Pobre não precisa de chafariz dançante, nem quadra de skate, futevolei ou rotatórias bonitas. Aliás, nem tem tempo ou dinheiro para estas coisas ele tem. O que o pobre quer mesmo é um mínimo de dignidade e respeito.
Ao perceber que os tais beijos e as dancinhas do prefeito Jânio Natal são só para tentar lhe enganar, e que o cidadão pena e sofre com uma administração ineficiente, que lasca com a vida dele para dar boa vida para um bocado de malandros, o eleitor vota contra.
Só de raiva! Ou ranço!