Diante da operação policial desenvolvida pelo GAECO, a qual resultou na prisão de 8 elementos – melhor chamá-los assim, né? – é preciso fazer alguns esclarecimentos que julgo importantes, sobretudo diante dos três decretos do prefeito Jânio Natal e que suspenderam, por 90 dias, os alvarás, licenças e permissões liberadas em 2020 e em anos anteriores.
Não tenho dúvidas de que tais decretos não são sérios e que não passam da tentativa de se criar uma cortina de fumaça em virtude da possível previsão do que aconteceria nesta quarta-feira.
INVESTIGAÇÕES SÃO ENTRE 2021 E 2024
Isso porque, em que pese as falcatruas tenham se iniciado supostamente em 2019, através de três ou quatro funcionários de segundo escalão da prefeitura, sem a mínima participação de ex-secretários da gestão passada – dois deles, inclusive, haviam sido exonerados ainda em 2017 – de acordo com os prints das mensagens dos principais envolvidos, 100% das investigações que resultaram nas prisões de hoje estão concentradas justamente entre os anos de 2021 e 2024, conforme consta das medidas cautelares requeridas pelo GAECO, embora o nome do prefeito Jânio Natal – verdade seja dita – ao menos por enquanto, tenha sido citado uma única vez pelo líder do esquema criminoso, sem contudo atribuir-lhe nenhuma culpa ou participação direta nas falcatruas.
Nesse sentido, a busca e apreensão realizada contra um ex-secretário da gestão passada, absolutamente nada tem a ver com a administração da ex-prefeita Cláudia Oliveira, até mesmo porque, de acordo com os relatos do GAECO, a organização criminosa cresceu e se expandiu durante o atual governo, sendo que este ex-secretário teria recebido um terreno em 2022. Tanto que ele sequer foi preso e o nome da ex-prefeita não foi citado em momento algum.
Que isso fique bem claro a todos.
EXTORSÕES GENERALIZADAS
Segundo as investigações, falando na situação atual “Praticamente todo o empreendimento que é lançado na cidade é fiscalizado e só consegue o licenciamento depois de pagar a propina exigida pelo grupo criminoso investigado. Até os empreendimentos e comércios já implementados, quando buscam as renovações de suas licenças ou autorizações de funcionamento, acabam caindo nas “mãos” dos criminosos, que cobram propinas para criar dificuldades e permitir que as atividades possam funcionar normalmente.
Existem empresários que aprovam empreendimentos sem observância dos critérios legais, ou que buscam uma “facilidade” nos processos respectivos, sendo eles auxiliados pelo grupo criminoso investigado, mediante pagamento de propina, como também há aqueles que terminam por ceder às solicitações de vantagens indevidas realizadas pelos investigados, diante do conjunto de dificuldades apresentadas para embaraçar os processos de licenciamentos das atividades, o que causa extremo prejuízo à toda sociedade”
Ou seja, o prefeito deveria era suspender e investigar as licenças da sua administração, a atual, e não querer criar uma cortina de fumaça a fim de tentar esconder os próprios umbigos dos seus secretários.